O que valeu é que na jogada estava um antigo guarda redes da Académica (vencedor da 1ª Taça de Portugal em 1939) que com “boas mãos” se encarregou de resolver o problema à moda antiga. Já o filho dele se haveria de atrasar, uns anos mais tarde, a um encontro no Particular. Felizmente não houve consequências.
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agosto 29, 2006
Tibério Antunes
O que valeu é que na jogada estava um antigo guarda redes da Académica (vencedor da 1ª Taça de Portugal em 1939) que com “boas mãos” se encarregou de resolver o problema à moda antiga. Já o filho dele se haveria de atrasar, uns anos mais tarde, a um encontro no Particular. Felizmente não houve consequências.
agosto 18, 2006
O Pompeu dos frangos
'Estação de muda' de leitão para frango
Na terra do leitão, o frango também faz história. Na Malaposta, meia dúzia de quilómetros a norte da Mealhada, nas instalações da 16.ª "estação de muda" da primeira estrada que ligou Lisboa e Porto. Nesta antiga mala--posta, restaurante há mais de 40 anos, há bom leitão, naturalmente. Mas não é ele, o bácoro assado à moda da Bairrada, que faz com que muitos automobilistas abandonem a auto-estrada e regressem, alguns minutos, à velha Nacional 1 (EN1/IC2). O motivo do desvio é o frango de churrasco do Pompeu.
O emblemático prato do Pompeu dos Frangos faz, frequentemente, esquecer as suas outras especialidades maiores: o arroz de miúdos e a costeleta bovina. Uma injustiça, reconhecem mesmo os incondicionais apreciadores do frango de churrasco. Como pouco justo será reduzir o res- taurante à cozinha. O acolhedor espaço, feito a partir dos aposentos da que terá sido a maior mala-posta (inaugurada em 1857) ao longo dos 300 quilómetros entre as já então duas maiores cidades do país, também é responsável pela fama da casa.
As suas salas, contando, em painéis de azulejos (fiéis cópias dos expostos no Museu dos CTT), a história das "estações de muda", também explicam a projecção do restaurante. E de espaço de tertúlia, cada vez, porém, menos cultivado, apesar da fidelidade que mantém ao seu ambiente, de granito e madeira, de amplas portas e janelas. Faltam Miguel Torga ou Fernando Valle, entre muitos outros. Mas felizmente ainda há quem continue a apreciar boa mesa em ambiente agradável.
O molho que tempera os frangos já não tem o dedo do Pompeu (1920-1992). Mas continua igual, garantem os clientes mais antigos e fiéis, lembrando que o filho do fundador do restaurante desde muito novo substituía o pai nessa e outras tarefas. O crescimento e decoração da casa, aliás, foram - sempre com o apoio do pai -, obra de Carlos Aires, que desde cedo revelou ter herdado do pai a extraordinária sensibilidade para a gerir.
Carlos Aires, 59 anos - embora lamentando não ter estudado, "pelo menos mais dois anos", no então emblemático Colégio de Nun'Álvares, em Tomar -, reconhece que a sua vida se confunde com a do pai, no restaurante, inaugurado em 20 de Novembro de 1963. "Mas na véspera, pressionados por alguns clientes, já servimos", recorda. Clientes antes de a casa abrir? Isso mesmo. A história do Pompeu dos Frangos começou antes, em Bustos, a 14 quilómetros da Malaposta.
O Pompeu "nunca gostou muito da agricultura e, assim que pôde, mudou de vida". Abriu um café na aldeia, que, então, tinha três médicos e era, por isso, bastante visitada pelos na altura designados delegados de propaganda médica. Uns e outros frequentavam o café, mas lamentavam não ter uns petisquinhos. O proprietário fez--lhes a vontade e o café acentuou a vocação de ponto de encontro de amigos. Um deles, uma noite, apareceu lá, com "um frango roubado", desafiando o dono da casa a assá-lo, no fogareiro doméstico, e a temperá-la com molhos africanos. Pela sua origem ou tempero, "o frango não ficou bom nem mau", mas Pompeu ficou com a certeza de que, corrigindo métodos e temperos, conseguiria melhor. E conseguiu. De tal modo que o frango, apesar de confeccionado artesanalmente, passou a ser referência do café.
O sucesso do churrasco foi tal que Pompeu teve mesmo de ceder à pressão dos amigos e deslocar-se para junto da Nacional 1, para a "estação de muda" (então completamente abandonada) que dá o nome à povoação da Malaposta.
Dona Nina, sua mulher (recentemente falecida), resolveu, entretanto, dar utilidade aos miúdos que, em quantidades crescentes, sobravam. E nasceu o arroz de miúdos, melhor ainda, segundo algumas bocas, que os frangos que o sugeriram.
1.8.06
POMPEU SIMÕES AIRES. TOPONÍMIA DE BUSTOS EM FALTA
Em 9.10.1985 os CTT reconstituíram – com rigor histórico – o chamado ‘correio a cavalo’ no percurso Ponte Pedra – Aveiro. Numa sala do Restaurante ‘Pompeu dos Frangos’, (antiga Mala-Posta) funcionou a estação de correio, tendo sido posto à venda diverso material alusivo à XIV Exposição Filatélica Nacional. A correspondência aí recolhida foi transportada até Aveiro por «carteiro» montado em cavalo, estando equipados a rigor.
As terras de Oliveira do Bairro foram transpostas num ápice galopado até Aveiro.
A televisão recolheu imagens do evento ocorrido no «Pompeu», que devem constar em arquivo da memória da RTP e que poderiam constar em arquivo local ...
O Pompeu, ‘dos Frangos’, apesar da Fama o querer tratar por tu, manteve as raízes do seu chão sempre adubadas pelo convívio natural, franco e baerto, estivesse em que salão estivesse.
A qualidade de vida para o Pompeu não era palavra de discurso de circunstância ou de «banha de cobra». Quando preparou o parque de estacionamento do restaurante teve a preocupação de mandar adornar o espaço com vegetação. [ainda hoje aquela área é um exemplo vivo de qualidade de vida].
A memória das diligências e da mala-posta foi preservada e refrescada com os painéis de azulejo da Fábrica do Outeiro de Águeda (alguns assinados pelo Mestre Breda). E só o Pompeu sabe as voltas que teve de dar para conseguir reproduzir o cenário da época. Em «meia dúzia» de gravuras está a síntese da ligação terrestre entre Lisboa e Porto.
E quando Bustos batia à porta do Pompeu a solicitar ajuda?
Estava sempre disponível.
O Pompeu foi um Embaixador de Bustos por excelência e nunca desvirtuou o nome da sua terra.
O Pompeu tem direito e merece ter nome de praça, busto ou rua.
Senhores “manda-chuva” ou seus promitentes, o Pompeu Simões Aires nasceu em Bustos e deu lonjura a Bustos, por bons motivos.
No meu pv, tentar fazer esquecer o Pompeu é a forma mais comezinha de o perseguir. Só que o Pompeu não deixará de continuar a ser uma das prestigiadas Figuras de Bustos.
sérgio micaelo ferreira,
rossio da póvoa
in http://noticiasdebustos.blogspot.com/2006/08/pompeu-simes-aires-toponmia-de-bustos.html