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outubro 28, 2009

Paixão da vinha

Vinha é nova paixão de empresário português que fez fortuna na relojoaria

O toque de modernidade da adega das Colinas de São Lourenço, tida como uma das mais avançadas a nível tecnológico, quase que poderia ser suficiente para perceber o que atraiu o fundador da Roger Dubuis, Carlos Dias (na foto, em baixo), para a aquisição daquela marca de vinhos.
Afinal, a aposta na inovação parece ter sido uma regra de ouro no percurso trilhado por este empresário português na firma suíça de relógios de luxo. Mas não terá sido esta a verdadeira ou única razão que levou Carlos Dias a comprar esta propriedade e marca da Bairrada a Sílvio Cerveira, antigo autarca de Anadia. Quem o conhece garante que a a sua paixão pelos vinhos é de longa data. A aquisição da Colinas de São Lourenço pelo empresário foi confirmada ao PÚBLICO por Custódio Dias, irmão de Carlos Dias, e também ele administrador da marca e adega da região bairradina. Apesar de se ter escusado a revelar os valores que estiveram envolvidos na aquisição, Custódio Dias afirmou que este terá sido apenas o primeiro de vários investimentos no sector. Segundo concretizou, Carlos Dias acaba de adquirir também uma adega na zona do Minho. Esta entrada do empresário no mercado da produção nacional de vinhos acontece depois de, em Agosto do ano passado, ter vendido a sua posição maioritária da Roger Dubuis à Richemont (que engloba as marcas de luxo Cartier e Montblanc, entre outras). "Os vinhos sempre foram uma das suas paixões, e não há paixão sem razão", relatou o irmão do empresário, ao mesmo tempo que especificava que Carlos Dias sempre apostou em ter "uma garrafeira notável". A escolha da Bairrada para primeiro investimento não será alheia ao facto do empresário de sucesso, nascido em 1956, ser natural do concelho de Águeda, em plena região bairradina. Face ao caminho e sucesso traçados pelo empresário Carlos Dias no mundo da relojoaria - criou a Roger Dubuis em 1995 e, em poucos anos, transformou-a numa das maiores referências mundiais do sector -, entre os produtores da Bairrada, há quem olhe para esta entrada do investidor no sector local com bom olhos, augurando um maior reconhecimento dos vinhos desta região no país e no mundo. "Apesar de não o conhecer pessoalmente, acredito que irá, certamente, valorizar os vinhos da região da Bairrada", confessou ao PÚBLICO Luís Pato, um dos mais reconhecidos produtores. "Se produzia relógios de luxo, apostará também em produzir vinhos de grande qualidade", declarou ainda Luis Pato, a propósito do novo proprietário das Colinas de São Lourenço. Já Carlos Campolargo, outro dos produtores da Bairrada, escusou-se a comentar a aquisição das Colinas de São Lourenço pelo empresário do mundo da relojoaria, bem como a perspectivar se a entrada de Carlos Dias para o grupo de produtores locais poderá trazer mais valias para a região. Campolargo limitou-se apenas a reconhecer que "provavelmente, para quem dispõe de meios, este é um belíssimo momento para investir no sector". (ver caixa) Uma aposta na excelência A Sociedade Agrícola Colinas de São Lourenço, que há cerca de dois meses passou para as mãos de Carlos Dias, foi criada em 2001, por Sílvio Cerveira, antigo presidente da câmara municipal de Anadia e descendente de uma família com tradição na produção de vinho na região. O investimento partiu de uma quinta familiar situada em São Lourenço do Bairro, expandindo-se com a aquisição de mais hectares de vinha (80 hectares no total) e a construção de uma adega moderna. A produção teve início em 2002 e não foi necessário muito tempo para a marca se afirmar no mercado nacional e também a nível internacional, com alguns dos seus vinhos a serem distinguidos além fronteiras. Desde o primeiro momento que a marca Colinas de São Lourenço assumiu o objectivo de apostar na procura da excelência. Contudo, e segundo dados recolhidos pelo PÚBLICO, a sociedade agrícola acabou por registar prejuízos, entre 2004 e 2007. Só neste último ano, os resultados líquidos foram negativos em cerca de 400 mil euros. No início de 2007, a empresa fez um aumento de capital, injectando um total de 1,8 milhões de euros. Após esta operação, que permitiu maior liquidez, o capital social passou de 500 mil euros para 2,3 milhões de euros. Já este ano, em finais de Março, Sílvio Cerveira, que era o maior accionista (com 50 por cento do capital) e a mulher, Maria Helena Cerveira, que detinha 30 por cento do capital - os restantes 20 eram detidos por Nuno Cerveira -, cessaram funções de gerência. E é precisamente nesta altura que Custódio Dias e Fernanda Marques entram como gerentes, tal como Carlos Dias, que tem maior preponderância em termos de decisão na gestão. *com Luís Villalobos
2009-05-08 09:10
Maria José Santana*, Público

outubro 10, 2009

Recordando o Dr. Andrade

Amigo do meu avô e médico na Malaposta, a propósito do revivalismo do fenómeno Amália, sobre quem ouvia histórias em surdina à mesa do café.

César Seabra - Engenheiro mecânico formado em Coimbra, é a principal relação amorosa da vida de Amália, tendo ficado conhecido, até ao casamento em 1961, no Brasil, como o «noivo brasileiro». Apesar de ter namorado todas as misses do Brasil – e, de quando se conheceram, tivesse existido uma paixão inicial – César traz estabilidade à vida emocional de Amália, depois do período conturbado com Eduardo Ricciardi: um homem sorridente, bem vestido, muito simpático, muito carismático, com quem Amália casa por companhia e amizade - é com ele que vai viver para o Brasil, deixando de cantar durante dois anos.
Tratam-se por «você» e têm uma intimidade familiar e confortável. César tem imenso sentido de humor e é isso que cativa Amália. Mais tarde, os dois terão amantes e dormirão em quartos separados. Mas o entendimento acaba por ser longo.